Você sabe como os probióticos podem auxiliar na manutenção da saúde imunológica?
1- MICROBIOTA INTESTINAL
O termo microbiota intestinal refere-se à coleção de bactérias que residem normalmente no trato gastrintestinal, é mais conhecido como “flora intestinal”.
O corpo humano possui 1 trilhão de células, equivalente à 23 mil genes. Nossa microbiota normal deveria conter 10 trilhões de bactérias, equivalente a 3,3 milhões de genes, podemos dizer que: deveríamos ser 10 x mais bactérias do que células.
Entretanto, infelizmente, devido a uma série de fatores ambientais, alimentares e comportamentais nossa microbiota atualmente está em níveis muito abaixo do esperado.
Entre estes fatores podemos destacar:
- Tipo de Parto e Alimentação
Crianças amamentadas exclusivamente com leite materno e nascidas de parto normal formam uma melhor microbiota intestinal. Predominam as bactérias benéficas como as Bifidobactérias (cerca de 90%).
Em contraste, os bebes alimentados com fórmulas infantis e nascidos de parto cesariana não chegam a ter 50% de bifidobactérias.
- Uso de Antibióticos
Antibióticos quando utilizados para matar bactérias causadoras de doenças, como a otite, ou amidalite, ou infecção urinária, entre outras, fazem sua missão, mas por outro lado, destroem também nossa microbiota intestinal, reduzindo nossas defesas.
- Hábitos alimentares pouco saudáveis
Eles empobrecem nosso ambiente intestinal, onde habitam bactérias importantes para nossas defesas, chamadas Lactobacilos; elas são probióticas, produtoras de ácido láctico (fato que dá nome à bactéria: Lacto Bacilos), substância esta que confere a esse probiótico uma importante atividade antimicrobiana gastrointestinal por meio de dois mecanismos:
- O ácido lático promove inibição de bactérias agressoras com potencial para causar infecções intestinais;
- E os lactobacilos competem com agentes agressores impedindo que eles se proliferem.
Desse modo, Bifidobactérias e Lactobacilos se apresentam como dois tipos de probióticos fundamentais para nossa defesa e imunidade.
2- OS PROBIÓTICOS E A IMUNIDADE
O intestino é o maior órgão imunológico do corpo humano, possui peculiaridades anatômicas e funcionais que contribuem decisivamente para o exercício de sua vasta gama de funções.
A mucosa intestinal fica exposta a uma incontável variedade de alérgenos alimentares, bactérias e outros microrganismos que necessitam ser reconhecidos pelo sistema imune intestinal.
A função imune do intestino depende de três componentes:
- A barreira intestinal integra que se dá graças a uma boa ingestão de alimentos, principalmente os ricos em fibras
- Eficácia do sistema imune intestinal representado pelo tecido imunologicamente ativo, associado ao intestino, chamado de Sistema GALT (da sigla em inglês Gut Associated Lymphoid Tissue).
- A própria microbiota intestinal
Podemos dizer que o sistema imunitário localizado no intestino abriga 70 a 80% das células de nosso sistema imune.
A microbiota residente no intestino tem um papel fundamental na manutenção e saúde do organismo, é ela que estimula o sistema imune intestinal a produzir células, e outros elementos de defesa, que irão atuar localmente (no próprio intestino) e também irão para corrente sanguínea para fortalecer todo o organismo.
Constata-se que uma microbiota “pobre”, com baixa diversidade, não estimula a imunologia intestinal, e desse modo, todo o indivíduo irá sofrer com uma “baixa imunidade”.
A diretriz global da Organização Mundial de Gastroenterologia relata que a ação dos probióticos no ecossistema intestinal é positiva, e interfere, de modo direto nos mecanismos imunológicos da mucosa intestinal, quando administrados de forma correta, e em quantidade adequada.
A administração de probióticos é o método convencional para o tratamento da redução e/ou desequilíbrio da microbiota intestinal, sendo que a maioria deles utiliza a associação de cepas: as mais tradicionais e estudadas são as de Lactobacilos com Bifidobactérias.
Várias publicações científicas e estudos clínicos mostram os benefícios da combinação das cepas probióticas de Lactobacilos acidófilos patenteados como LA-5® e Bifidobactérias do tipo BB-12® na função gastrointestinal.
O LA-5® foi utilizado em vários estudos que comprovam uma melhora das condições da microbiota intestinal, quando utilizado após uso de antibióticos, quando se deseja reduzir o risco de diarreias, ou mesmo, quando ela já está instalada.
O BB-12® está descrito em mais de 300 publicações científicas, das quais mais de 130 são publicações de estudos clínicos em humanos. Está documentado que ele aumenta a função de barreira intestinal e interfere de modo positivo nas interações imunes.
Um estudo do Professor Jungersen publicado na tradicional revista médica Microorganisms mostrou que o BB-12® atua diretamente na função imune, aumentando a resistência do corpo a infecções respiratórias comuns, (as famosas viroses respiratórias), bem como reduz a incidência de infecções agudas do trato respiratório.
As conclusões estão bem claras, uma microbiota saudável e ativa irá promover o desenvolvimento de um sistema imunológico forte, com respostas rápidas às agressões virais e bacterianas, além de promover uma sensação de prazer e bem-estar, melhorando a qualidade de vida, e desse modo, prolongando nossa longevidade.
E para isso devemos manter nossa microbiota equilibrada, através de bons hábitos de vida e alimentação saudável, e nas situações de desequilíbrio devemos utilizar um probiótico com referências e qualidade.
TADEU FERNANDO FERNANDES
CRM – SP – 46876 RQE nº 55494
- Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira (AMB)
- Especialização em Early Nutrition (ENS) pela Ludwig-Maximilians University Munich
- Pós-Graduado em Nutrologia Pediátrica pela Boston University School of Medicine
- American Academy of Pediatrics – AAP Membership
- Presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
- Secretário do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SPSP
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