Deficiência de Vitamina D: O que é?

A vitamina D participa de várias funções biológicas no organismo sendo essencial para o equilíbrio do cálcio e metabolismo ósseo. Apesar da sua importância, os índices de deficiência de vitamina D na população mundial são altos, podendo chegar a 90% em algumas populações, segundo Maeda (2014). Além disso, sua deficiência parece estar associada a desordens imunológicas, doenças cardiovasculares e asma, conforme Canuto (2015). Mas como obter a dose diária adequada de vitamina D e quais as consequências da sua falta no organismo? Continue lendo o post e confira! 

Quando se considera deficiência de vitamina D?

Segundo as últimas recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM, 2017), classifica-se deficiência quando as concentrações séricas de vitamina D (25-OH-Vitamina D) estão abaixo de 10 ng/mL. Já, níveis entre 10 e 20 ng/mL, se caracterizam como insuficiência e níveis acima de 20 ng/mL como suficientes. Valores entre 30 e 60 ng/mL são recomendados para grupos de risco como idosos, gestantes, pacientes com raquitismo, doenças inflamatórias, entre outros. Níveis tóxicos são considerados para valores acima de 100 ng/mL (alto risco de hipercalcemia – quantidade de cálcio no sangue maior que o normal). Portanto, são desejáveis níveis acima de 20 ng/mL e abaixo de 100 ng/mL dessa vitamina. Para saber como está o seu nível de vitamina D, basta realizar o exame de sangue específico. Consulte seu médico ou nutricionista.

Prevalência

A hipovitaminose D afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sendo considerada um problema de saúde pública em esfera global (MAEDA, 2014). Entretanto, devido as novas recomendações mundiais publicadas a respeito dos níveis ideais de vitamina D (MUNNS, 2016), ainda são escassos os estudos que avaliaram a prevalência da deficiência desta vitamina na população sob esta nova visão. Na Europa, estima-se que 13% da população esteja deficiente e 40% apresente níveis insuficientes de vitamina D. Nos Estados Unidos estes percentuais são de 6,7% e 26%, respectivamente (PILZ, 2018). Conforme o estudo de Unger (2010), realizado em São Paulo, cerca de 13,8% dos pacientes apresentaram níveis de deficiência à insuficiência deste micronutriente no inverno (<15 ng/mL). 

Causas e Consequências

A exposição solar inadequada é a maior causa de deficiência de vitamina D. Por exemplo, a utilização de filtro solar fator 30 reduz a síntese dessa vitamina em cerca de 95%, segundo Nair (2012). Além disso, pessoas com pele escura precisam três vezes mais exposição solar do que as de pele clara para a obtenção de mesma quantidade de vitamina D (HINTZPETER, 2008). Pode-se citar, como outras causas da deficiência dessa vitamina, a síndrome da má absorção de gorduras, pacientes que passaram por cirurgias bariátricas ou que estão em tratamento com anticonvulsivantes e medicamentos para AIDS, conforme Nair (2012), pois esses fármacos aumentam a degradação da vitamina D.
A alteração no metabolismo de minerais como cálcio e fósforo é uma das consequências da deficiência de vitamina D, segundo dados publicados na revista Journal of Pharmacology & Pharmacotherapeutics (2012). Nessa condição, a absorção desses minerais fica reduzida, resultando em um aumento dos níveis do hormônio da paratireoide. Conforme Nair (2012), o aumento deste hormônio, por sua vez, pode causar diminuição da densidade óssea e osteoporose.  Em crianças, esse fenômeno pode resultar em raquitismo e, em idosos, o aumento de risco de fraturas devido a quedas recorrentes nesta idade (GORDON, 2008).

Como obter a vitamina D?

Embora a vitamina D possa ser obtida através da dieta com no óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos como salmão e atum, a sua principal obtenção ocorre pela produção endógena (pelo próprio organismo) através da exposição solar – sempre em horários adequados – conforme Maeda (2015). A pró-vitamina D3 (7-deidrocolesterol) é convertida à vitamina D3 (colecalciferol) na pele a partir de reações mediadas pelos raios ultravioleta (UVB) – segundo Adams (2010).
Quando a dose adequada de vitamina D não é alcançada através da alimentação e exposição solar nos horários apropriados, a suplementação pode ser uma alternativa eficiente. A dose diária recomendada de vitamina D para indivíduos saudáveis pode variar conforme a faixa etária e a presença de situações que demandem uma quantidade maior desta vitamina, como gravidez e lactação. Consulte seu médico e garanta os benefícios de uma vida saudável para você e sua família!

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ver Referências

CANUTO J.M.P et al. Risk factors associated with hypovitaminosis D in HIV/aids-infected adults. Arch. Endocrinol. Metab.,v.59, n.1, 2015
MITHAL A. et al.; IOF Committee of Scientific Advisors (CSA) Nutrition Working Group. Global vitamin D status and determinants of hypovitaminosis D. Osteoporos Int., v.20, n.11, p.1807-20. 2009.
MAEDA S. S. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D. Arq Bras Endocrinol Metab., v.58, n.5, 2014.
ADAMS J.S., HEWISON M. Update in vitamin D. J Clin Endocrinol Metab., v.95, n.2, p. 471-478. 2010.
NAKAMURA K. et al. Low serum concentrations of 25-hydroxyvitamin D in young adult Japanese women: a cross sectional study. Nutrition, v.17, p. 921–925. 2001.
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UNGER M.D. et al. Vitamin D status in a sunny country: where has the sun gone? Clin Nutr., v.29, n. 6, p. 784-788. 2010.
HINTZPETER B. et al. Higher prevalence of vitamin D deficiency is associated with immigrant background among children and adolescents in Germany. J Nutr. v.138, n.8, p. 1482-90. 2008
NAIR R. MASEEH A. Vitamin D: The “sunshine” vitamin. J Pharmacol Pharmacother. v. 3, n.2, p. 118–126. 2012.
SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Vitamina D: novos valores de referência. 2017.
PILZ, S. et al. Rationale and plan for vitamin D Food fortification: a review and guidance paper. Frontiers in Endocrinology, v. 9, 2018.
Munns CF, Shaw N, Kiely M, et al. Global Consensus recommendations on prevention and management of nutritional rickets. J Clin Endocrinol Metab., v. 101, p.394-415, 2016.