Vitamina D pode reduzir o risco de obesidade e hipertensão

Vitamina D apresenta diversas funções no organismo. Além de ser fundamental para formação e manutenção dos ossos, prevenindo contra a osteoporose, estudos demonstram que a deficiência vitamina D pode estar relacionada com a obesidade, a diabetes e a hipertensão, segundo Garbossa (2017) e Chen (2015). Quer saber como? Continue lendo o post!

Alterações metabólicas

Segundo dados de Adams (2010), a deficiência de vitamina D pode estar associada não apenas ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como hipertensão, mas também a alterações metabólicas como diabetes e obesidade.  A vitamina D tem papel ativo no tecido adiposo através da modulação da inflamação, formação de adipócitos (células que armazenam gordura no corpo) e síndromes metabólicas – conforme Mutt (2014). O mesmo autor sugere que o efeito anti-inflamatório da vitamina D pode ser útil na prevenção de obesidade, ao passo que a sua deficiência está diretamente relacionada ao desenvolvimento de alterações metabólicas.

Obesidade 

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a epidemia do século 21, a obesidade é um problema de saúde global. Estimativas recentes demonstram que em 2016, a prevalência de indivíduos acima do peso alcançou 1,9 bilhões de adultos (650 milhões já obesos) e 340 milhões de crianças/adolescentes com sobrepeso ou obesos em todo o mundo (OMS, 2018).
Segundo dados publicados na revista Obesity (2009), a deficiência de vitamina D é mais comum em pessoas obesas em relação às de peso normal. Neste contexto, Thacher (2011) sugeriu que o menor nível de vitamina D observado em indivíduos obesos ocorre devido ao sequestro desta vitamina pelo tecido adiposo, bem como à reduzida exposição solar desses pacientes.
Acredita-se também que a deficiência de vitamina D, por si só, pode aumentar o peso corpóreo, segundo dados de Adams (2010), conforme observado em um dos seus trabalhos. Entretanto, ainda não se sabe exatamente quais são os mecanismos que envolvem a deficiência de vitamina D com o desencadeamento da obesidade (RAQIF, 2018). Estudos preliminares utilizando adipócitos (células que armazenam gordura) demonstraram que a presença de níveis adequados de vitamina D poderiam inibir a produção de novos adipócitos e assim, reduzindo os riscos de obesidade (KONG, 2006).

Hipertensão

A primeira análise que evidenciou o efeito da vitamina D na redução da pressão arterial envolveu 65 homens de 61 a 65 anos (LIND, 1988). O resultado observado neste estudo foi muito significativo, apresentando diminuição da pressão arterial de 171/95 para 150/88 mmHg, após 12 semanas.
Chen (2015) reuniu evidências da relação entre os níveis de vitamina D e a pressão sanguínea. Ele concluiu que a dose adequada dessa vitamina pode reduzir significativamente a pressão arterial de indivíduos hipertensos com deficiência de vitamina D. Neste estudo, o autor acompanhou 126 pacientes hipertensos com deficiência de vitamina D durante 6 meses e observou uma redução média de 7,1/5,7 mmHg na pressão arterial destes.
Além disso, uma meta-análise publicada na revista European Journal of Epidemiology (2013), observou uma redução de 12% do risco de hipertensão após o aumento de 10 ng/mL de vitamina D no sangue. Somados, esses dados sugerem o efeito positivo da vitamina D na redução da pressão arterial, principalmente em indivíduos com deficiência desta vitamina. 

Resistência à insulina e diabetes 

A resistência à insulina é caracterizada como a capacidade reduzida da insulina em realizar suas ações biológicas no organismo, como a regulação e equilíbrio da glicose no sangue (GARBOSSA, 2017). Segundo a revisão publicada na revista Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders (2017), os efeitos da vitamina D, como a liberação de citocinas anti-inflamatórias, podem interferir positivamente na resistência à insulina.
Dados de Mathieu (2015) sugerem que a suplementação diária de 500 – 1000 UI de vitamina D pode contribuir para a redução do diabetes. Um estudo publicado na revista British Journal of Nutrition (2010), envolvendo 42 indivíduos que receberam suplementação de 100 mcg (4000 UI) de vitamina D durante 6 meses, demonstrou uma diminuição significativa na glicemia em jejum e melhoria na sensibilidade e resistência à insulina nesses pacientes. 

Como prevenir? 

Cerca de 20% da obtenção de vitamina D é alcançada através da alimentação (presente em óleo de fígado de bacalhau, salmão e atum) enquanto que 80% são obtidos através da exposição solar (MITHAL, 2009). Quando o nível de vitamina D não é alcançado por essas vias, a suplementação pode ser uma opção. Consulte o seu médico quanto a melhor indicação para o seu caso e garanta os benefícios da vitamina D para sua saúde!
Deve-se deixar claro que, apesar dos resultados positivos da vitamina D na prevenção da hipertensão arterial e diabetes, esta vitamina não substitui as medicações indicadas para o tratamento destas patologias. Sempre siga as orientações de seu médico.

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ver Referências

GARBOSSA S.G., FOLLI F. Vitamin D, sub-inflammation and insulin resistance. A window on a potential role for the interaction between bone and glucose metabolism. Reviews in Endocrine and Metabolic Disorders., v.18, n.2, p. 243–258, 2017.
CHEN et al. Vitamin D Deficiency and Essential Hypertension. J Am Soc Hypertens., v. 9, n.11, p. 885–901. 2015.
MATHIEU C. Vitamin D and diabetes: Where do we stand? Diabetes Res Clin Pract., v.108, n.2, p.201-9. 2015.
MUTT S.J et al. Vitamin D and adipose tissue—more than storage. Front. Physiol., v. 24, 2014.
KUNUTSOR S.K. et al. Vitamin D and risk of future hypertension: meta-analysis of 283,537 participants. Eur J Epidemiol. v. 28, p. 205–21. 2013.
MOY F.M. et al. High prevalence of vitamin D insufficiency and its association with obesity and metabolic syndrome among Malay adults in Kuala Lumpur, Malaysia. BMC Public Health., v.27, n.1, p.735. 2011.
THACHER T.D, CLARKE B.L. Vitamin D Insufficiency. Mayo Clin Proc., v.86, n.1, p.50-60. 2011.
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ADAMS J.S., HEWISON M. J Clin Endocrinol Metab. Update in Vitamin D., v.95, n. 2, p. 471–478. 2010.
RODRIGUEZ-RODRIGUEZ E. et al. Vitamin D in overweight/obese women and its relationship with dietetic and anthropometric variables. Obesity., v. 17, n.4, p. 778-82. 2009.
MITHAL A. et al.; IOF Committee of Scientific Advisors (CSA) Nutrition Working Group. Global vitamin D status and determinants of hypovitaminosis D. Osteoporos Int., v.20, n.11, p.1807-20. 2009.
KONG J, LI Y.C. Molecular mechanism of 1,25-dihydroxyvitamin D3 inhibition of adipogenesis in 3T3-L1 cells. Am J Physiol Endocrinol Metab., v.290, n.5, p. 916-24. 2006.
RAQUIF, S. et al. Body mass index, vitamin D, and type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. Nutrients, v. 10, v. 10, n. 9, 2018.
Organização Mundial da Saúde (OMS).
ANVISA. REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA (IDR) PARA PROTEÍNA, VITAMINAS E MINERAIS.