Constipação intestinal: causas, consequências e como evitá-la

Desconforto, dor abdominal e dificuldade de ir ao banheiro são alguns dos sintomas clássicos da constipação. Considera-se normal evacuações com uma frequência de pelo menos três vezes na semana, do contrário conceitua-se quadro de constipação. Já a perduração desses sintomas por pelo menos três meses, é definida como constipação crônica, conforme Faruqui (2012). Mas a final, o que origina essa desagradável situação e como evitá-la? Continue lendo o post e saiba mais! 

Ocorrência e sintomas 

Considerada a desordem gastrointestinal mais comum, a constipação afeta cerca de 20% da população mundial – segundo meta-análise publicada na revista World Journal of Gastroenterology (2012). A ocorrência é maior em adultos acima de 60 anos (33%) em comparação aos demais (16%), sendo mais prevalente em mulheres do que em homens, conforme Costilla (2014).
Além de desconforto, os sintomas da constipação incluem inchaço, dor abdominal, gases e até mesmo náusea. Segundo o Colégio Americano de Gastroenterologia, a constipação é definida como “Defecação insatisfatória, caracterizada por evacuações infrequentes, dificuldade para a passagem das fezes ou ambos”. A dificuldade em evacuar inclui a necessidade de realização de esforço, sensação de impedimento da passagem das fezes, evacuação incompleta, fezes duras e irregulares – segundo Faruqui (2012). Confira abaixo algumas das principais causas e consequências dessa condição e como evitá-la. 

Causas 

É fato que o estilo de vida influencia diretamente na saúde como um todo. E nesse contexto, diversos fatores como situações ambientais e emocionais, podem resultar na dificuldade de evacuação. Confira algumas das principais causas:

  • Estresse ou ansiedade: a emoção pode refletir diretamente na saúde intestinal, causando obstrução ou dificuldade de evacuar normalmente. Dados de pesquisadores da Universidade de Teerã, no Irã (2018), evidenciaram a relação de fatores psicológicos (como ansiedade e depressão) com a maior incidência de quadros de constipação.
  • Mudança de hábito: a mudança na rotina, como a realização de viagens, pode contribuir para o quadro de constipação devido a mudança dos alimentos ingeridos (geralmente industrializados e pobres em fibras), suas quantidades, bem como a alteração da frequência de idas ao banheiro.
  • Baixa ingestão de fibras: alimentação pobre em fibras pode acarretar num menor trânsito intestinal e na formação de bolo fecal mais seco e de difícil evacuação. As fibras são encontradas na alimentação em grãos, cereais, frutas, vegetais, assim como em bolos e pães integrais. Segundo a relação dietética de macronutrientes elaborada pelo Instituto de Medicina de Washington- EUA (2005), são indicados 25 g diários de fibras para mulheres adultas e 38 g para homens.
  • Sedentarismo: a prática de exercício físico traz, além dos benefícios diretos ao organismo, também vantagens à saúde intestinal. Estudo de Bilski (2018) evidenciou que a prática regular de exercício físico traz benefícios a desordens gastrointestinais como constipação, refluxo e úlceras. Além disso, estudo publicado na revista Cytokine (2017), indica o exercício como prática benéfica para síndrome do intestino irritável devido, provavelmente, aos efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios oriundos da prática de exercícios.
  • Pouca ingestão de água: o consumo adequado de água é essencial para a hidratação e formação do bolo fecal, evitando ressecamento das fezes e consequente constipação. A Organização Mundial da Saúde preconiza a ingestão diária de 2,7 litros de água para mulheres e 3,7 litros para homens adultos.
  • Medicamentos: alguns medicamentos podem interferir no funcionamento intestinal como os opioides (analgésico utilizados no tratamento de dor aguda e crônica), antiparkinsonianos, antidepressivos e diuréticos. Segundo dados publicados na revista Journal of the Advanced Practitioner in Oncology (2017), cerca de 60% dos pacientes oncológicos apresentam constipação como o terceiro principal efeito adverso (depois de dor e anorexia). 
  • Causas orgânicas: anormalidades estruturais no cólon, reto e ânus também podem interferir no bom funcionamento intestinal. Além disso, distúrbios metabólicos (como diabetes, hipotireoidismo) e transtornos psiquiátricos (como doença de Parkinson, esclerose múltipla e depressão) também podem influenciar, segundo dados de Rodriguez (2004).

Consequências 

Além de dificuldades na vida diária e o desconforto, a condição de constipação pode aumentar as chances de desenvolvimento de outras patologias e até mesmo câncer colorretal. Conforme Guérin (2014), a constipação crônica está relacionada à maior incidência de câncer colorretal sendo que o risco aumenta de acordo com a severidade da constipação. Além disso, a constipação como fator de risco para neoplasia colorretal foi relacionada ao maior tempo de contato dos agentes carcinogênicos das fezes com o intestino – segundo dados publicados na The American Journal of Gastroenterology (2014).

Como evitar 

A prática de atividade física regular, aliada à alimentação balanceada e rica em fibras é indicada para manutenção da saúde intestinal. Além disso, a boa ingestão de água é essencial para promover a hidratação e a formação das fezes para evacuação normal.
Quando os hábitos de vida e alimentação não garantem o fluxo intestinal adequado, suplementos à base de fibras podem ser aliados para vencer o desconforto intestinal e regular seu funcionamento.

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ver Referências

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